Acarajé e Dendê da Toinha
Poucas pessoas, quiçá ninguém, fazem acarajé como Toinha no Brasil. O bolinho de rua mais famoso do país, que chegou aqui com os escravos, já dá trabalho por si só: massa de feijão batido, vatapá, caruru, pimentas, tudo de preparo lento e complexo. Pois Toinha vai além e ainda faz o próprio azeite de dendê. Com a sua força masculina, sobe na palmeira de facão nas mãos para derrubar o grande cacho, separa os caroços, cozinha, pila até extrair todo o líquido, coa e cozinha de novo. Só então é que o óleo se desprende e fica na superfície. “Dá muito trabalho, mas é gratificante”, conta. Depois, na barraca, prepara e serve o acarajé com toda a sua delicadeza feminina. “Sou homem e mulher ao mesmo tempo, faço o babado do macho e da fêmea”, diz Toinha, mulher trans que saiu de casa ainda jovem, em Aracaju, para ser livre. Há 30 anos vende seu bolinho cheio de babado, como ela diz: “Sai gostoso por causa do dendê”, garante.
Onde e Quando?
Praça Pedro Gomes, Serra Grande
Terça-Feira a Domingo:
17:00 – 21:00
Contato
Insta: @acaraje_da_tonhinha
Fotos: Reynaldo Zangrandi /Texto: Ines Garçoni