Amendoim do Índio

Salvador

“Patrimônio Cultural de Salvador”: a inscrição vem logo abaixo de “Estação do Amendoim”, gravada no carrinho e no avental de Índio. Na rua, ele passa seus dias torrando, salgando e adoçando quilos e quilos de amendoim, numa rotina bastante agitada. O movimento no carrinho é intenso, sobretudo no final do dia. “É uma tradição do baiano degustar amendoim no começo de noite”, diz ele, que aprendeu o ofício com o pai, aos 13 anos, para ajudar no sustento da família de onze irmãos. Sem saber, Índio ganhou o melhor apelido que um vendedor de amendoim poderia ter: o maní (amendoim na língua tupi), leguminosa originária da América do Sul, é cultivado há centenas de anos pelos índios de norte a sul do continente, e vem deles este importante patrimônio culinário do país. No Brasil, seu consumo é muito popular, apenas torrado ou como ingrediente de bolos, paçocas e receitas salgadas. Na barraca de Índio, a crosta do amendoim doce é feita com goiabada, e há ainda coco e abacaxi caramelizados para acompanhar — mais brasileiro, impossível.

Onde e Quando?

Praça Newton Rique, em frente ao Shopping da Bahia

Domingo a Domingo
13:00 – 22:00

Fotos: Reynaldo Zangrandi /Texto: Ines Garçoni