No bairro onde moram, na periferia de Recife, todo mundo conhece Diego e Guilherme, amigos que vendem seus bolos de pote pelas ruas de um jeito criativo e inesquecível: cantando em alto e bom som paródias divertidas de músicas pop, em que o tema é sempre, claro, os bolos de pote. Mas as paródias vão além e brincam com a sexualidade de ambos — Diego é homossexual e Guilherme é trans: “Esse bolinho é uma delícia, quem vende são as bichas, bonitas no escuro e que tentam ser artistas”, entoam, para a alegria da clientela. Os bolos de sabores brigadeiro, prestígio, limão e bem casado, feitos em casa por Diego com a ajuda de uma amiga, são vendidos em potinhos de plástico que, como diz em coro a dupla de vendedores, “é para reciclar, botar o colorau, cominho, bijuteria…”. O cliente paga pelo bolo, mas leva o potinho e o show de graça. É diversão garantida.