Varenike das Russas
Nem só de vodka, livros de Dostoiévski e espetáculos de balé vivem os russos. Os varenikes (pronucia-se varênikes), típicos pasteis cozidos recheados de batata, são outra importante fonte de alegria na terra de Yuri Gagarin. Raissa e sua mãe, Olga, que o digam. Na casa da família, cujos patriarcas vieram da Ucrânia e da Bielorússia logo após a Segunda Guerra, os varênikes continuam a ser feitos exatamente como faziam seus antepassados há mais de 100 anos: com os parentes reunidos na cozinha, falando no idioma natal, num ritual longo e trabalhoso que os une e ao mesmo tempo celebra a sua cultura de origem. A massa de farinha, água, óleo, sal e ovos é sovada com carinho e respeito à tradição. “É uma alquimia, por isso procuro fazer sempre com bom sentimento. Não gosto de ouvir notícias ruins, esse é um momento mágico”, diz Olga. Na rua, com seu avental onde se lê Russkaia (“russkaya” significa “russo”), Raissa distribui sorrisos e delicados varenikes salpicados de cebola dourada (que levam três horas caramelizando) e manteiga, recheados de carne, batata com cebola ou shimeji com batata. Simples, apenas cozidos em água, estes pasteizinhos fariam Dostoiévski levantar da tumba.
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Fotos: Neto de Oliveira /Texto: Ines Garçoni