Há 21 anos trabalhando na praia do Porto da Barra, Aloísio sobrevive há 8 anos da venda da “Caipirinha do Rasta”. Antes de ganhar a vida com a bebida genuinamente brasileira, Aloísio era artesão e sobrevivia da venda de pulseiras e colares de missanga nesta mesma praia, mas o retorno financeiro era pequeno. Na curva do destino, se deparou com a gravidez da mulher e como as vendas não dariam para o sustento da família, ele decidiu cortar seus dreads, e foi atrás de emprego. Sua busca, porém, não foi bem sucedida, e assim ele continuou artesão, até que um dia, ao ver um frequentador da praia bebendo uma caipirinha, percebeu ali uma possibilidade de melhorar sua condição. Decidiu fazer um carrinho de drinks e leva-lo para praia. O empreendimento, ainda sem nome, foi um sucesso, no primeiro dia vendeu 90 caipirinhas: “É uma coisa que está no sangue, era pra fazer desde o dia em que nasci”, diz Aloísio com bastante orgulho. De tanto os clientes o chamarem de “Rasta” ele decidiu colocar o nome do empreendimento de “Caipirinha do Rasta”. Morador do mesmo bairro da Barra, Aloísio acorda cedo e, de bicicleta, vai buscar as frutas na Feira de São Joaquim, a maior e mais popular de Salvador. A vodka, a cachaça, o gelo e açúcar ele deixa para comprar em mercados próximos à sua residência. Aloísio já criou vários drinks e entre os mais procurados estão o de maracujá com limão e kiwi com hortelã. As bebidas custam R$ 10,00 e vem em copos de 500 ml. Devido à nova gestão da prefeitura, seu carrinho foi proibido de transitar na praia e ele, que é vendedor ambulante cadastrado na SESP (Secretaria de Segurança Pública), teve 60% de perda nas vendas. Atualmente, Aloísio mantém o carrinho em um espaço alugado, que fica junta aos de outros ambulantes da área. Ele prepara as bebidas sempre ao som do Reggae, que é o seu estilo musical preferido. “Antes eu levava o som no carrinho, mas com a proibição da prefeitura, tive de parar”. Caminhando nas areias com uma bandeja e um banner publicitário nas mãos, Aloisio capta os clientes e entrega os drinks encomendados. Antes de ter seu carrinho retirado das areias, ao final de cada dia, Aloísio realizava a limpeza da praia: “eu encarava isso como uma missão minha mas agora, sem o carrinho, deixo o trabalho para o pessoal da Prefeitura mesmo fazer”.