.A bisavó de Rodolfo, Dona Pureza, já fazia o cuscuz de arroz que, hoje, viajou para fora dos limites da histórica e turística Penedo, cidade mais antiga às margens do Rio São Francisco, e foi parar em Maceió, a 160 km. O quitute regado a leite de coco, que serve de acompanhamento para a carne de sol desfiada e queijo coalho, era vendido na praça principal da cidadezinha pela bisa, depois pela avó, pelas tias e mãe e finalmente por Rodolfo, agora na capital. Hoje, é ele quem se encarrega de manter a tradição, ao lado do primo Gilvan, no trailer batizado de “Carroça”. Diariamente, prepara a “massa” do cuscuz, num processo que inclui lavar, secar e moer o arroz, que depois mistura ao bagaço de coco seco ralado. O leite extraído do coco ele usa para molhar o cuscuz depois de fazê-lo no vapor, na mesma cuscuzeira que foi de sua avó. Volta e meia recebe clientes que já provaram do cuscuz em Penedo, até de dona Pureza, a bisa. “Dizem que não mudou nada”, conta.