Quibe de soja do Ari

Rio de Janeiro

“Eu vivi a história. Participo dela ativamente desde o suicídio de Getúlio Vargas”, calcula Ari Gonçalves, de 76 anos, nascido em Campos (RJ), “mas carioca de coração desde os quinze, quando me mudei para o Rio”. Enquanto serve um quibe de soja recheado na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, ele narra os feitos que o levaram a passar nove dias no presídio da Ilha Grande. Ari faz questão de frisar: “Eu não era subversivo. Era brizolista”, diz, ao mesmo tempo em que dá o toque final em sua obra de arte, depositando uma folha de hortelã na sua escultura.Marcada por momentos áridos, a trajetória de Seu Ari contrasta com a textura macia de seu quibe e os seus modos delicados de falar e trabalhar. Entre os mais pedidos, o de cebola frita é campeão, seguido dos de polenguinho e de berinjela. Os recheios verdes variam de acordo com o que ele encontra no mercado: agrião, rúcula, brócolis, espinafre, folhas de mostarda… Antes de lambuzar os dedos, é bonito ver como Seu Ari capricha ao servir. Enrola o quibe numa folha de pão árabe para facilitar a degustação; depois, abre-o com uma faca e, no meio, coloca outros ingredientes. Se alguém pede “completo”, ele pinça pimenta, hortelã, tomate verde, alho poró, alho frito com castanhas, molho de alho, shoyu e azeite.

Onde e Quando?

Avenida do Pepê, 1312, Barra da Tijuca

Sábado e Domingo:
12:00 – 17:00

Fotos: Marcos PInto/ Texto: Ines Garçoni